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Dia Contra Discriminação Racial: professora aposentada fala sobre tema

Dia Contra Discriminação Racial: professora aposentada fala sobre tema

Data de Publicação: 19 de março de 2021 11:37:00 É importante lembrar, refletir e tomar posicionamento contra a discriminação. Para conversarmos sobre o tema convidamos a professora aposentada e membro da Congregação das Irmãs da Divina Providência Irmã Emirene Paulo dos Santos. Confira!

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No dia 21 de março de 1960, na cidade de Joanesburgo, capital da África do Sul, 20 mil negros protestavam contra a lei do passe, que os obrigava a portar cartões de identificação, especificando os locais por onde eles podiam circular.

No bairro de Shaperville, os manifestantes se depararam com tropas do exército. Mesmo sendo uma manifestação pacífica, o exército atirou sobre a multidão, matando 60 pessoas e ferindo outras 200. Esta ação ficou conhecida como o Massacre de Shaperville. Em memória à tragédia, a ONU (Organização das Nações Unidas) instituiu 21 de março como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. É importante lembrar, refletir e tomar posicionamento contra a discriminação. Para conversarmos sobre o tema convidamos a professora aposentada Irmã Emirene Paulo dos Santos. Confira!

Irmã Emirene Paulo dos Santos

Essa é uma realidade que infelizmente sempre existiu e que ainda permanece nos dias de hoje. A professora ressalta que “possuem inumeráveis e indescritíveis motivos e formas que chegam para matar a dignidade da pessoa humana, provocando a desumanização. Essa luta pela eliminação da discriminação racial em nosso país é uma das pautas mais debatidas” comentou.

Como professora por muitos anos dona Emirene relata como esse tema era abordado em escolas antigamente e pode perceber que “a abordagem deste tema foi fraca e ineficiente tanto no ensino privado e público”, porém “tivemos ganhos e mudanças nos últimos anos”. Para ela houve um significativo investimento na formação de professores e muitos historiadores e agentes sociais, que buscaram e criaram literatura própria. “Conheço muita bibliografia, para a educação das Relações Étnico-Raciais, que apresentam propostas de implementação em sala de aula”, falou.

Em sua trajetória dentro da profissão ela relata que nunca sentiu nenhuma discriminação, “ou no exercício de outra função ou missão, nos colégios e escolas públicas das cidades onde vivi.” Mas “em outros ambientes, passei por situações hilariantes, ao escutar de quem não me conhecia que eu certamente poderia ser uma cozinheirazinha” disse.

Irmã Emirene diz crer que foi humanizada pela educação que recebeu no berço do lar onde nasceu. “Meus pais sem grande estudo e sem faculdade, me ensinaram a sempre respeitar os outros e a não usar pejorativos em relação a todas as raças.”, destacou.

Perguntamos a professora se ela acredita que algum dia a discriminação racial pode vir a parar e sem êxito ela respondeu “Isto pode parar algum dia? Nossa imensurável dignidade humana é dom e presente divino, porque somos filhos e filhas de Deus. Isto diminuirá aos poucos, se a humanidade viver uma verdadeira espiritualidade e cultive os verdadeiros valores morais, como a misericórdia, a solidariedade, o amor, a fraternidade, verdade, justiça e cultura da paz.

“Que possamos acordar a cada novo dia cheios de alegria, fé e esperança. Esta travessia terá fim. ‘Deus provê, Deus proverá’. Sua Providência não faltará.", finalizou.

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