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Como é trabalhar com TI fora do Brasil?

Como é trabalhar com TI fora do Brasil?

Data de Publicação: 3 de dezembro de 2021 15:10:00

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A rionegrense Denise Carli de Freitas tem Bacharelado em Sistemas da Informação, MBA em Gerenciamento de Projeto e trabalha com isso na Irlanda. Ela vai contar um pouco mais sobre sua carreira e a vida em outro país. Confira a Entrevista!

 

Giulia: Como foi fazer um curso onde se predominam homens? Onde você se formou?

Denise: Comecei minha graduação aqui na UnC, e terminei na UNERJ, que hoje é a PUC de Santa Catarina, em Jaraguá do Sul. Realmente estudar em um meio que é predominantemente masculino é complicado. Na verdade, a parte da faculdade em si foi muito simples, meu pai trabalhava com TI, tinha uma Software House quando eu era criança, então pra mim sempre foi muito natural. O que mudou foi quando eu terminei a faculdade e entrei no mercado de trabalho, comecei a realmente sentir essa diferença entre ser homem ou ser mulher. Acaba sendo um pouco mais difícil, mas não desistimos e insistimos até o fim.

 

Giulia: Conta para gente como você conseguiu ir trabalhar lá?

Denise: Foi um processo bem demorado, tive que adquirir bastante experiência aqui no país. Comecei minha carreira em Jaraguá do Sul como desenvolvedora, depois me mudei pra Curitiba, fiz um MBA de Gestão de Projetos pela FGV e mais uma porção de cursos internacionais, certificações. Mais ou menos 7 anos de experiência em Curitiba em diversas empresas e consultorias. Após todo esse percurso eu fiz meu processo de cidadania italiana, para ter dupla-cidadania, que me deu o direito de trabalhar na Europa. Além disso fiz vários cursos de inglês e, com isso, comecei a fazer entrevistas lá, e passei.

 

Giulia: Qual é sua função?

Denise: Hoje em dia sou gerente de TI, trabalho com entrega de software. Comecei minha carreira como desenvolvedora, mudando então para analista para depois ser gerente de projetos. Agora eu trabalho como delivery manager, que é um gerente de entrega de TI.

 

Giulia: A vida lá é muito diferente da vida aqui?

Denise: Sim. Em relação a minha carreira, eu acho bastante diferente, principalmente o quanto isso também foi um dos motivos que eu quis mudar de país, eu via que a minha carreira aqui não progredia, eu acabava não vendo futuro no sentido de virar talvez uma gerente, percebi que lá existe mais uma questão de igualdade entre gêneros. Lá as pessoas fazem maior esforço para ouvir todo mundo, ter toda uma diversidade, não só necessariamente homem e mulher, mas diferentes raças, pessoas portadoras de necessidades especiais. Isso é muito importante, principalmente na carreira. Com relação a viver lá, também é bem diferente. É muito mais frio do que aqui, então também há essa adaptação, mas nós nos adaptamos facilmente às mudanças da vida.

 

Giulia: Você pretende voltar a trabalhar aqui, ou prefere continuar lá?

Denise: Eu acho que a mudança para outro país não é só pela questão da carreira, creio que engloba outras coisas. Quando eu me mudei para o exterior eu quis ter essa experiência. Queria viajar, ir para os outros países. Tenho vontade de morar em outros países também, não somente na Irlanda! Não desconsidero a possibilidade de voltar ao Brasil, mas por enquanto não tenho nenhuma previsão à curto e médio prazo. Minha previsão é continuar fora do país mesmo, mesmo pela questão da economia e etc.

 

Giulia: Mande uma mensagem inspiradora para as mulheres que tem interesse em cursar TI!

Denise: Assim que eu entrei na faculdade, tinha mais ou menos umas 4 ou 5 meninas na minha sala, e quando eu me formei eu era a única. Acredito que isso é muita insistência. Somos capazes sim, não existe esse negócio de “homem é melhor pra isso, mulher é melhor pra aquilo”. Se você acha que tem o dom e que consegue, você tem que insistir. Toda carreira você tem que insistir, seja jornalismo, design, qualquer formação acadêmica que você tenha. Você precisa investir e insistir, assim você chega lá. Eu acho que é importante que pessoas que progrediram na carreira falem isso, porque traz essa motivação extra, que também é um dos motivos pelos quais vim dar essa entrevista. É muito importante principalmente para as meninas que estão na faculdade verem essas pessoas que saíram daqui da cidade e tiveram essa progressão, assim saberem que se insistirem, elas vão chegar lá.

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