Ao navegar neste site, você aceita os cookies que usamos para melhorar sua experiência. Política de Privacidade do jornal Diário de RioMafra
Menos de 50% das crianças estão vacinadas contra a poliomielite em Santa Catarina
Data de Publicação: 18 de julho de 2024 15:49:00
O baixo índice de imunização contra a poliomielite em Santa Catarina preocupa as autoridades da saúde. Na última campanha, entre maio e junho, somente 43,43% das crianças de um a quatro anos foram vacinadas no estado.
O alerta vem de um levantamento do MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) e da Dive (Diretoria de Vigilância Epidemiológica), divulgado na quarta-feira (17).
Responsável pela paralisia infantil, a poliomielite é uma doença viral extremamente contagiosa entre crianças de até cinco anos. O problema foi erradicado no Brasil graças à vacinação em massa nas décadas de 1980 e 1990.
A baixa cobertura vacinal registrada nas últimas campanhas, porém, provoca o temor de um possível retorno. Em Santa Catarina, o índice de imunização está muito abaixo do ideal, que é de 95% do público-alvo.
“A campanha de vacinação contra a poliomielite terminou com números preocupantes de cobertura vacinal no estado”, aponta o promotor de Justiça Douglas Roberto Martins, que coordena o Centro de Apoio Operacional da Saúde Pública do MPSC.
Ele recomenda que as Promotorias de Justiça avaliem os dados coletados pelo levantamento, com o objetivo de apurar uma possível ineficiência ou omissão do poder público na divulgação da importância de imunizar as crianças.
Grandes cidades tiveram menor adesão à campanha contra poliomielite
O município catarinense que registrou maior cobertura vacinal foi Santa Rosa de Lima, com 145,95%. O percentual significa que a cidade, de apenas 2.133 habitantes, vacinou mais crianças do que o esperado.
De modo geral, as cidades pequenas tiveram maior adesão à campanha de imunização contra a poliomielite. Municípios como Santiago do Sul e Frei Rogério são outros que aparecem com mais de 100% de cobertura vacinal.
Já as grandes cidades decepcionaram os órgãos de saúde. Joinville, município mais populoso do estado, com cerca de 615 mil habitantes, vacinou apenas 20,03% do público-alvo.
Florianópolis alcançou apenas 17,75% da meta e Blumenau 24,4%. O pior resultado registrado foi em Lages, cuja cobertura vacinal contra a poliomielite ficou em 13,86%.
“Se houver uma criança infectada no mundo, as crianças de todos os países correm o risco de contrair a poliomielite. Enquanto a doença não for erradicada por completo, os riscos são extremamente grandes, por isso é importante manter altas taxas de cobertura vacinal e vigilância constante das autoridades”, alerta o promotor Douglas Roberto Martins.
Veja as porcentagens de vacinação contra a poliomielite em SC
Quais são os sintomas da poliomielite?
Embora a poliomielite atinja com mais frequência as crianças, o Poliovírus também pode surgir em adultos. A transmissão da doença ocorre pelo contato com água, objetos e alimentos contaminados por fezes, além de gotículas expelidas por pessoas infectadas.
A poliomielite pode causar a paralisia dos membros superiores e inferiores e até a morte. Em muitos casos, no entanto, a pessoa não manifesta sintomas e a doença passa despercebida.
De acordo com o Ministério da Saúde, os principais sintomas são:
- Febre
- Mal-estar
- Dor de cabeça
- Dor de garganta e no corpo
- Vômitos
- Diarreia
- Constipação (prisão de ventre)
- Espasmos
- Rigidez na nuca
- Meningite
Na forma paralítica surgem:
- Instalação súbita de deficiência motora, acompanhada de febre;
- Assimetria acometendo sobretudo a musculatura dos membros, com mais frequência os inferiores;
- Flacidez muscular, com diminuição ou abolição de reflexos profundos na área paralisada;
- Sensibilidade conservada;
- Persistência de paralisia residual (sequela) após 60 dias do início da doença.